Gosto da poesia das palavras
Das sílabas, da métrica
Da musicalidade.
Gosto da poesia das poucas palavras
Que em pouco dizem tanto
Um brilho na escuridão
Certeira com o coração.
Gosto das palavras por dizer
Gosto da poesia que sente
De olhos fechados
Que não mente
Da poesia que chega no rescaldo da noite
Vazia
Arrepia
E nos engole a alma
Entrelaçada noutra alma
Embrulhadas
Sedentas
Cristalizam numa só energia.
Gosto da poesia que não pensa
Que não escreve
Que chega, arrebate
Não pede licença
Dois, Três passos, movimenta
Fecha, xeque-mate!
Fátima Henriques