Sinto que ainda estou a viver "este Natal" (aquele que vem anualmente assinalado no calendário) a contratempo ou, se calhar, desfasada do tempo ou, talvez, com delay.
Por esta altura, já "todos" compraram e trocaram prendas, enviaram mensagens, e eu só agora começo a sair do meu casulo. Aquele onde me recolhi para introspeção. Aquele que me impele a olhar para dentro de mim, sem perder de vista as delícias da vida familiar ao meu lado.
E até agora vivi entre este casulo e o amontoar-me na minha família de três e a boa conversa à mesa com pais, irmãos, sogros e cunhados.
E só agora começo a sentir-me preparada para lançar para fora o que de bom encontrei cá dentro e melhorar o que precisa ser limado. Em mim.
E só agora consigo agarrar na caneta e deixar o pensamento fluir para o papel e para as pessoas que tanto quero, que tanto gosto.
Desculpem o meu egocentrismo, mas precisei desta quadra natalícia quase só para mim, livre de mensagens em série e da histeria pelos presentes, para poder viver o Natal o ano inteiro.
E porque fazer do Natal um caminho de uma dúzia de meses é um desafio árduo, valha-me o casulo para parar as vezes em que for necessário!
Feliz Natal a todos e um 2015 carregado de muitos Natais!