coração com razão!

 

O coração pensa que manda. E manda.

Ele manda e eu escrevo.
Ele fica triste e eu choro.
Ele apaixona-se e eu sinto borboletas na barriga.
Ele está feliz e eu sorrio.

Ele ouve música e eu danço.
Ele sonha e eu faço.

Ele mete-se a jeito e eu pago o pato.
Ele quer fugir e eu tenho de aguentar.

Ele canta e eu rezo.

Ele vive e eu existo.

O coração pensa que manda. E eu dou-lhe razão!

Avó Alice

Avó.

Avó rima com pão-de-ló

Com couve e batata-doce

Porque ela é grão, ela é mel,

A mãe da Bela, da Rosa e do Nel*

Em casa ou no campo

Na rua ou no jardim

Dá mais cor à nossa vida

Sem pós de perlimpimpim

Tudo o que lança à terra

Cresce, adoça e amadurece

Porque ela é vida a transbordar

Ela é às na arte de amar.

Querida avó do meu coração,

Agradeço a tua vida aqui para durar

As tuas histórias cheias de sabedoria

Que contas com um brilho no olhar

Quem tem uma avó Alice

Não tem que se incomodar,

Com ela, a vida não é uma chatice

Porque juntos rimos até chorar!

*E também do Adão, da Rosinha, da Tita, da Emília, do Quim, da Lúcia, da Paula e da Cidália.

Mascarados e limpinhos

Imaginava lá eu que o 5º ano iria trazer-me, todos os dias, um menino mascarado e tão limpinho?!

Pensando melhor, não terá sido o novo ciclo, mas a mundial e famosa covid-19!  

Foram precisos 10 anos e um vírus para que todos os dias o meu filho chegasse a casa absolutamente imaculado, contrariando o que até agora acontecia. 

Antes da covid, brincava tanto, tanto, que não havia calças e calçado que durassem pouco mais de umas semanas. Às vezes, dias. Às vezes, um dia! Mas aí estava ele, cansado e feliz!

Agora com um único intervalo de 15 minutos, lancha à velocidade da luz, a ver se nos restantes minutos ainda dá umas voltas ao recinto escolar, num jogo rápido de apanhadas ou escondidas e, com sorte, uns toques na bola! Ai de mim que guarneça em demasia o lanche! Fica sem tempo para brincar! Primeira grande advertência sua a abrir o novo ano!

Por mais quanto tempo teremos de aguentar esta “limpeza” excessiva da roupa que vestem e as relações mascaradas com distanciamento mínimo?

Como qualquer mãe, vê-lo catita agrada-me (e poupa-me nas pré-lavagens da roupa!!), mas apreciá-lo feliz e sujinho de tanto correr e varrer o chão com mais um carrinho ou pontapé de bicicleta, aquece-me o coração.

Vai Covid, vai-te embora!!

Entre a vinha e o vento...

 

Bendito o fruto que amadurece em cada pé de videira.

Bem-aventuradas castas que preenchem cada pedacinho deste solo fértil.

Abençoada terra quente que aquece o meu coração.

Aqui sou feliz, no seio de uma família que agora também é minha.

Aqui, entre a vinha, a azeitona e a amêndoa, é um lugar onde me encontro e saboreio um vento quente celestial. Daqueles que, em jeito de amor, me acariciam o rosto e me sussurram ao ouvido: estás aqui para ser feliz! E sim, é destes ventos que eu gosto e vivamente recomendo! 😊

22/07/2009

Há 11 anos era, também, quarta-feira e aos meus pés abria-se o chão. Sem lhe ver o fundo e envolta em dor dilacerante, agarrava-me, com todas as minhas forças, à vida que crescia em mim.

Fé.

Força.

Fátima.

A estes três éfes, acrescento Família (Super-) e fecho com X. ❤️

Andreia Barbosa🌼Fotografia

O filho é meu. E esta sou eu. Mas a foto, essa, é da talentosa Andreia Barbosa.

Poderia ficar-me por aqui nas palavras. Mas não. Hoje, que até é o dia dela, quero agradecer e enaltecer a presença constante nos momentos mais marcantes (e cómicos!) da minha vida e dos meus filhos. De câmara na mão, sorriso terno e paciente (que remédio!) e, na cabeça, umas quantas ideias para tornar cada encontro memorável. Perpetuado em belos registos fotográficos.

Não é por ser minha prima, mas aqui há talento e criatividade! Há dedicação e uma vontade gigante de contar histórias, deliciosamente bem fotografadas!

Go girl! You rock!

E obrigada, muito obrigada!


P.S. - Happy birthday to you and to your dream project - which is coming true! 🍀

Quanto pesa a saudade?

Que saudade eu tinha deste jardim!
Em ‘apenas’ dois meses senti na pele o peso de uns quantos anos de saudade! Da minha mãe e do meu pai.

Este 'admirável mundo novo' trouxe-nos espaço e tempo para redefinirmos estas medidas de peso e recalibrarmos os pratos da balança.

Quanto pesa a saudade?

E o Amor?

Para mim, neste tempo de confinamento, tem pesado umas lágrimas pelos cantos da casa, uns apertos no peito e olhares perdidos no horizonte da minha varanda. Isto num só prato da balança.

No outro, vou enchendo com chamadas diárias, brilharetes culinários, encantamentos de mãe apaixonada, yoga... e esperança! Sim, esperança de que o que quer que isto seja, chegou para transformar. De forma tempestuosa, é verdade. Mas não é depois da tempestade que chega a bonança?

Vamos acreditar!
Vamos acreditar, porque, afinal, confinar o corpo não significa propriamente (antes pelo contrário, diria!) que tenhamos que confinar a mente.

Vamos confinar para expandir! A mente!
(O corpo, se calhar, é melhor não, digo eu!!!)


Namastê!

Poesia em modo quarentena

Isto de celebrar a Poesia
Em modo quarentena
É redescobrir a ALEGRIA
De fazer tudo valer a pena!

Não sou poeta assumida
Gosto de escrever e rascunhar
É uma forma de estar entretida
E deixar o coração falar

O que importa é cada um se expressar
Seja pela escrita, música ou dança
Para evoluir é preciso continuar a escalar
Sem nunca, nunca perder a ESPERANÇA!

João, 10 anos

Hoje poderia ser eu a escrever sobre o misto de emoções que me invade a cada dia 18 de março, nos últimos dez anos. Mas não. Vou antes partilhar as palavras da super-tia Di, aquela tia com o super-poder de nos acalentar os corações, esteja longe ou perto! Não é o sangue que nos une, mas o coração. E é quanto basta para sermos mais felizes!


"Há 10 anos, nascia o nosso João! Puto mais giro, sempre curioso, atento e acutilante. Apaixonado por animais (não puxou à mãe :p) por jogos, adivinhas, com uma energia inesgotável. Há 10 anos, salváva-nos! Provou-nos que é possível renascer e renovar esperanças, mesmo após uma desgraça, e dela retirar coisas boas (e tantas, tantas). Descobriu o gosto pelo futebol. Já experienciou que, na vida, não basta gostar. Há que batalhar. Foram derrotas seguidas, frustrações, mas a vitória já sorriu aos guerreiros do Estrela. 10 anos, nosso amor! Este será o 1.º que não festejamos juntos, presencialmente e abraçados, como as tias gostam, embora tu comeces a não achar piada. Não haverá convites personalizados. Mas em breve, não tarda nada, voltaremos aos nossos chocolates quentes, aos nossos quizzs e ao slime. A tia Di adora-te e tem um orgulho gigante em ti. Contigo, o futuro será muito promissor e feliz. Parabéns, meu amor!"


Obrigada, tia Di! Obrigada a todos os super-tios (e toda a super-família) que sempre estão com o João, desde o primeiro 18 de março! Seja de que forma for! Eles estão! <3

E em modo quarentena, há que improvisar...

Altamente (im)provável

Sabem aquelas situações altamente prováveis de acontecer, só que não acontecem?

Pois, ele e ela no mesmo grupo, digamos comunidade alargada de jovens, e simplesmente não se conhecem. Se se cruzaram, não se aperceberam. Entre eles muitos amigos e conhecidos em comum. Muitas atividades e alguns cafés.

A probabilidade de se conhecerem era de 99 em 100! Porém, não. Não se conheceram, nem sabiam da existência um do outro. Vivem nesta "ignorância" até ao dia em que literalmente chocaram ao virar da esquina. Assim, como se o destino quisesse mostrar quem afinal mandava na história!

O destino sabe e não falha. Escreve o caminho dele e dela em linhas paralelas que, durante anos, nunca se cruzaram até ao dia. Aquele dia em que ao virar a esquina, viraram a sua vida do avesso. E zás! Não foi um início, foi um recomeço.

O altamente provável tornou-se improvável e depois aconteceu. Porque, afinal de contas, todos sabemos: o amor acontece!

Há quem comece a dois; outros há que começam a três! E seguem caminho, agora a quatro! :)

Céu azul dentro de ti

Por mais galhos e galhinhos que possam existir, há sempre um céu azul que nos ampara e ajuda a definir os "contornos".

Duas árvores podem gesticular, gritar e espernear. Não podem é esquecer o céu azul dentro de si, que une e dá abundância.

Que dos espinhos e galhos brotem flores. E estará tudo bem.

Coco

Não, não é chanel, nem cresce nas árvores.

Refiro-me ao filme que, apesar de dirigido a crianças, deveria ser recomendado para adultos! De visualização obrigatória, de tão maravilhoso que é! 

Certamente já muitos o terão visto, mas eu, para variar, fico sempre um pouco à margem nestas coisas do cinema.

Por sugestão de uma amiga, deixei-me encantar pela magia da sua mensagem, que traz Esperança e força de acreditar!

Haverá melhor do que acreditar que aqueles que amamos não morrem, apenas partem antes de nós?

Haverá melhor do que acreditar que está nas nossas mãos (coração) a decisão de quem vive para sempre?

Haverá melhor do que acreditar que se vive em nós, jamais morrerá?

No Dia de los muertos celebra-se a Vida dos dois lados da ponte. No México e arredores. Agora, também, no meu coração!


P.S. - Obrigada, Sarah, pela sugerencia ;)